5 dicas para lidar com as birras das crianças


Luciana Romano e Raquel Benazzi
por: Luciana Romano e Raquel Benazzi

As birras podem ser uma maneira da criança tentar dizer algo aos pais (Foto: Freeimages)

Gritar, bater ou se jogar no chão quando for contrariado. Pior ainda se estiver em público. Mais dia ou menos dia, seu filho pode ser o personagem principal desse drama. As birras começam por volta de 1 ano e meio de idade e tendem a se intensificar aos 2 anos e meio. Mas não se culpe! Esse comportamento, em parte, está relacionado ao desenvolvimento emocional da criança. Ou seja, é normal! Do ponto de vista dos pais, são consideradas manhas, tolices, falta de limite… Por isso, causam irritação e impaciência. Mas saiba que, para a criança, nada mais é do que uma forma de comunicação. Sendo assim, cabe aos adultos compreender com empatia (ou seja, colocando-se no lugar do pequeno) para entender o que ele está tentando nos dizer.

Vale lembrar que essa criança está em processo de aprendizagem, experimentando o mundo, as relações e as emoções e descobrindo que agora nem todos seus desejos podem ser satisfeitos, numa fase em que ela ainda tem pouca competência emocional para se expressar e controlar o que sente. Isso requer um amadurecimento, tanto do ponto de vista biológico, como do ponto de vista emocional. Além disso, a partir dos 2 anos, a criança deixa de ser bebê e conquista maior independência e autonomia, conseguindo realizar mais tarefas sozinha, nomear o que deseja e fazer escolhas. Percebe que pode ter opiniões e desejos próprios, começando a manifestar sua vontade e a querer tomar decisões. É um período de afirmação, em que lhes interessa o aqui e o agora. Nessa fase, ela ainda tem um funcionamento mais egocêntrico, fazendo exigências sobre seus desejos, o que leva, muitas vezes, a um embate com os pais. O principal aqui é mostrar a criança que existem, sim, limites, para que ela entenda que não é a “soberana” da casa. Não tenha receio de frustrar o seu filho, pois essas regras também oferecem segurança e proteção.

Muitos educadores e pais minimizam a compreensão e função da birra, o que leva a interpretações generalizadas e reducionistas. Um exemplo disso é acreditar que a birra é, puramente, falta de educação. Quando aceitamos isso, deixamos de olhar a criança com ser único e excluímos o meio que a cerca. A criança deve ser entendida dentro de um contexto relacional, da família e da escola. Então, sabendo que as birras são comuns e que toda criança passa por essa fase, como os pais podem ajudar nesse momento? Selecionamos algumas dicas a seguir.

1) Antecipe os pedidos, ou seja, faça combinados previamente. Por exemplo, se o seu filho faz uma birra cada vez que vai ao supermercado, coloque os limites antes de sair de casa, procurando chegar a um acordo, como: “Vamos comprar pão, mas nada de bolos hoje, ok?”. Nunca se deve utilizar a chantagem para evitar ou controlar uma birra. E tome cuidado com as palavras e combinados! Prometa aquilo que poderá ser feito. Pois se não os cumprir sua palavra, sua figura de autoridade como mãe começa a ser questionada pela criança.

2) Saiba identificar a birra! Muitas vezes, ela serve para chamar a atenção dos pais, seja porque a criança está com sono, fome ou até saudade dos pais. Se perceber que, assim, seu filho quer mesmo a sua presença, acolha-o. Ceder também faz parte.

3) Compreenda seu filho, não grite ou bata nele. Não exija calma e paciência dele se você, adulto, não consegue. Respire fundo antes de agir e priorize o diálogo sempre.

4) Coloque limites, mas com liberdade de escolhas. Exemplo: “Hoje está frio, você pode escolher uma roupa, mas que seja adequada à temperatura”.

5) Vale mais a pena trabalhar em cima das consequências das atitudes da criança do que castiga-la simplesmente. Só assim vai estimular um senso de responsabilidade. Ela derrubou a bebida no chão? Ensine-a a limpar. Machucou a irmã? Faça com que “cuide” do machucado, mesmo que seja apenas fazendo um carinho. Tudo isso funciona melhor do que apenas proibir o tablet por um dia.

  • Luciana Romano e Raquel Benazzi

    Psicólogas com formação em Psicologia Clínica e Hospitalar, são idealizadoras e sócias do Núcleo Corujas, espaço especializado em Gestantes e Mães

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