Parecia um problemão, mas… foi mais fácil do que imaginei!


Lu Salles Hora
por: Lu Salles Hora
Pedagoga, fonoaudióloga, especialista em educação bilíngue, alfabetização e relações interpessoais - e apaixonada pela arte de educar. Mãe da Laura e do Lucas.

É comum que mães e pais, em sua rotina agitada, se deparem com situações na educação dos filhos que, à primeira vista, podem parecer o fim do mundo. Questões escolares, comportamentais ou emocionais que surgem sem aviso, ligam o alerta, o que é normal. 

Digamos que a criança tenha uma mudança de comportamento e passe a apresentar dificuldades de aprendizagem ou resistência à escola. Diante dessa situação, um milhão de dúvidas e questionamentos surge. A culpa se une a todas as informações que nos são bombardeadas diariamente sobre educação de filhos e… tendemos desenhar um quadro de pânico e preocupação. 

 Será que a professora do meu filho é mal preparada? Será que a escola está errando a mão? Será que meu filho está sofrendo algum bullying do grupinho dos amigos? Será que meu filho está com algum transtorno (algum daqueles que a sigla começa com T… que resolveram dar as caras depois que a geração anos 90 saiu da escola)? Será que sou a pior genitora do planeta e não estou sabendo educar?

Claro que tudo deve ser investigado, mas antes de abraçar os piores diagnósticos, sugiro algo simples, baseado na sabedoria popular: respirar fundo, contar até 10 e aí sim tomar decisões com tranquilidade. Essa abordagem simples, embora subestimada, é apoiada por estudos em relações interpessoais e pode ser a chave para lidar com os desafios da educação. Valores morais, emoções, afeto e cognição estão interligados, como peças de um quebra-cabeça que se encaixam para formar uma visão mais clara da situação. Célebres nomes como Mário Sérgio Cortella e Yves de La Taille compartilham da ideia de que um agir moral não depende apenas de um cérebro desenvolvido, mas principalmente de um coração em ação.

Então, diante de uma mudança de comportamento da criança, antes de pular para conclusões precipitadas, é essencial dar um passo atrás e avaliar a situação com clareza. Seguindo esse raciocínio, a primeira ideia é eliminar qualquer aspecto periférico que possa ser o grande responsável pelo comportamento. Por exemplo: uma família está muito preocupada com a sua criança, que apresenta dificuldade de aprendizagem, irritação, agressividade e até resiste em ir para a escola. Isso pode ser indício de um problema complexo? Pode. Mas… é muito possível que a questão seja mais simples do que os pais imaginavam. Conto uma história verídica: ao levarem esse problema para a coordenadora pedagógica da escola, os pais foram questionados: “Seu filho tem dormido bem? Quantas horas de sono tranquilo e reparador ele consegue ter todas as noites?” Os pais se deram conta de que não se atentaram a esse detalhe que estava impactando no desempenho escolar e na vontade de ir para a escola.

Talvez você me pergunte: Mas, Luciana, será que apenas um ajuste na rotina é suficiente para eliminar ou até evitar problemas que afetam diretamente o desenvolvimento das crianças? Simmmmm. Sempre funciona? Na maioria das vezes. O que importa é, antes de suspeitar de algo mais complexo, excluir todo o periférico… ir por exclusão… Você pode se surpreender ao ver que o que parece ser um problema monstro, na verdade só parece… e o que nos faz colocar mais pernas e olhos nesse “monstro” são as expectativas que criamos. 

Lu Salles da Hora

  • Lu Salles Hora

    Pedagoga, fonoaudióloga, especialista em educação bilíngue, alfabetização e relações interpessoais. Mãe da Laura e do Lucas, esposa do Rafael. Com experiência de + de 20 anos em chão de sala e orientação parental, é apaixonada pela arte de educar e acredita que crescemos à medida que nos relacionamos uns com os outros. Para Luciana, todos somos educadores, basta dar bons exemplos e agir com coração e razão alinhados.

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