Criança vegetariana – como conduzir a questão?


Camila e Gabriela Kirmayr
por: Camila e Gabriela Kirmayr
Gabi é nutricionista infantil e Cami é comunicóloga. Elas são sócias da consultoria de nutrição infantil Coisa de Nutri

(imagem: 123TRF)

Olá It Mães!

Cada vez mais recebemos em nosso consultório crianças que decidem por si próprias seguir uma dieta vegetariana. Mesmo os pais não sendo vegetarianos. Algumas decidem esse caminho, pois reclamam da dificuldade em fazer a digestão da carne, outras por terem visto o movimento pró-vegetarianismo nas redes sociais, ou na escola. Enfim, esse é um movimento legítimo e constante.

Em primeiro lugar, vamos esclarecer os tipos de restrições das dietas:

– lacto-ovo-vegetariana: sem carne, mas com ovos, leite e derivados;

– lacto-vegetariana: sem carne e ovos, mas com leite e derivados;

– ou vegana: sem carne, leite e ovos.

Em qualquer dos três casos, a recomendação é que a criança seja acompanhada por um médico especialista, um pediatra, para que seu desenvolvimento saudável esteja garantido, sem deficiência de nutrientes – ainda que você faça substituições, é muito importante esse acompanhamento.

Os pais e a criança precisam estar muito cientes sobre a importância de ingerir os alimentos de substituição como boas fontes de cálcio, ferro, zinco, ômega 3, vitamina B12 e vitamina D. E é muito importante salientar que a única vitamina que não pode ser encontrada em alimentos que não são de origem animal é a vitamina B12. Ela é importante para a formação dos glóbulos vermelhos, da parte neurológica e do desenvolvimento cognitivo da criança. Por isso, é importante suprir essa necessidade, algo que é preciso conversar com o pediatra para que ele recomende a melhor alternativa.

Listamos aqui alimentos que contém nutrientes encontrados nos alimentos de origem animal, como ferro, cálcio, zinco e proteínas. É muito importante se atentar à forma e consumir e a quantidade para que a absorção dos nutrientes esteja garantida.

O Ferro

O ferro melhor absorvido é o tipo heme, encontrado nas carnes. Ele também é encontrado em vegetais verde-escuros e leguminosas, porém, sua absorção pelo organismo é menor. Ingerir junto com uma fonte de vitamina C aumenta esse aproveitamento. Mesmo assim, os vegetarianos precisam de 1,8 vezes a quantidade de ferro convencional.
Dica: Evite alimentos fontes de cálcio (como queijo e leite) em refeições ricas em ferro. Esses dois minerais competem entre si no organismo, o que afeta o aproveitamento de ferro. E capriche em uma fruta com vitamina C depois da refeição!

O Zinco

A carne contém zinco de boa absorção. Mas ele está bastante presente em grãos como o feijão, lentilha e grão de bico.
Dica: Como o ácido fítico, presente em alguns vegetais, é a substância que mais atrapalha a absorção de zinco, deve-se reduzi-lo (especialmente nos feijões). Basta deixar os grãos de molho em água por um período de 8 a 12 horas e trocá-la para cozinhar.

O Cálcio

As principais fontes de cálcio são o leite e derivados. Também pode ser encontrado nas frutas, verduras e feijão, porém a capacidade de absorção dos alimentos não lácteos pode variar entre 5% (espinafre) e 50% (repolho e brócolis).
Dica: O conteúdo de cálcio absorvido de um copo de leite equivale ao de 4 xícaras de feijão.

Proteínas

Para quem não é vegano, boas fontes de proteínas são ovos, leite e derivados. Faça variações nas receitas dos ovos: omeletes diferentes, cup cake de omelete nas forminhas, ovinhos de codorna na lancheira. Já quem não consome esses alimentos, pode substituir por tofu

E algumas dicas finais importantes para o dia-a-dia da família vegetariana ou com o filho vegetariano:

– A proteína animal possui digestão mais lenta, portanto a criança vegetariana tende a ter fome mais rápido. Importante caprichar em lanchinhos com alimentos integrais onde, além dos benefícios nutricionais, a digestão é mais lenta e a saciedade é maior;

– Cozinhe todos os vegetais no vapor pois mantém inúmeras vezes mais nutrientes comparados ao cozimento em água;

– Encontre com seu filho opções de lugares legais para ele se alimentar fora de casa, faça disso um programa para incentivá-lo nas suas escolhas;

– Cuidado com o excesso de carboidrato que seu filho pode acabar ingerindo por falta de opção ou por fome mesmo!! Planeje as compras com antecedência, castanhas variadas e edamame são ótimos lanchinhos.

E por fim, não deixe de pedir apoio para um profissional da saúde, pois o acompanhamento é fundamental.

Beijos

Cami e Gabi

 

  • Camila e Gabriela Kirmayr

    Camila é publicitária, certificada em disciplina positiva e mãe do Frederico, de 3 anos. Gabriela é nutricionista infantil e mãe da Júlia, 12 anos, e da Lara 14. As duas são sócias da consultoria de nutrição infantil Coisa de Nutri

Data da postagem: 27 de maio de 2019

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