Como lidar com o ciúme do irmão mais novo


Equipe de Pediatras Fleury Medicina e Saúde
por: Equipe de Pediatras Fleury Medicina e Saúde
Todo mês, um médico especialista escreve para as it-mães

 Dra. Daniela Piotto

Pediatra do Fleury Medicina e Saúde

Na gravidez, envolva o primogênito na escolha do enxoval, mostre como são os bebês assim que nascem. Explique que, inicialmente, eles não sabem correr ou falar para diminuir a frustração de que o irmão já nascerá do tamanho do amiguinho da escola (foto: 123 TRF)

Imagine você que recebe toda atenção e carinho integral dos seus pais, tios e avós e, de repente, sem o seu conhecimento prévio, sem perguntarem a sua opinião, surge em seu mundo um estranho: o irmão menor. Você até estava achando legal a ideia de ter um amiguinho para brincar, mas eis que surge um bebezinho que ainda não corre, não fala, exige muito tempo e atenção e parece ter tomado o seu lugar como o centro do universo da mamãe e do papai.

Nessa situação é natural que o irmão mais velho tenha ciúmes e possa vir a ter mudanças comportamentais, não? Pois é, sobretudo porque geralmente não possuem ferramentas emocionais suficientes para lidar com os sentimentos que vêm junto com o irmão mais novo. Por isso, a principal dica é compreender que o ciúme é natural e, dessa forma, ajudar o seu filho a controlar esse sentimento.

Voltar a fazer xixi na cama, usar chupeta e mamadeira podem ser sinais de insegurança e de disputa pela atenção dos pais. O filho mais velho pode começar a imaginar que o bebê seja mais amado do que ele. É nesse momento que, movido pela frustração, pode agir de modo dissimulado, tentando sabotar ou até machucar o irmão mais novo. Um tapa quando ninguém está olhando, esconder os brinquedos do pequeno, ou até mesmo expressões declaradas de repúdio, como: “mamãe, tem como devolver esse bebê?”. Esses são apenas alguns exemplos de mudanças comportamentais que podem acontecer. Se nada for feito, essa competição tem o potencial de semear padrões negativos que podem durar toda uma vida.

Então, o papel dos pais é fundamental para mitigar essa rivalidade. Vamos a algumas dicas:

  1. Na gravidez, envolva o primogênito na escolha do enxoval e nas decorações do quartinho. Mostre a ele como são os bebês assim que nascem. Explique que, inicialmente, eles não sabem correr ou falar para diminuir a frustração de que o irmão já nascerá do tamanho do amiguinho da escola.
  2. Mostre fotos da época dele na maternidade para ele entender que também nasceu bebê e que foi muito amado e esperado como o seu irmão.
  3. Crie uma rotina diferente durante a sua ausência na maternidade, como atividades lúdicas, parquinhos ou brincadeiras. Explique que a mamãe e o papai terão que dormir uns dias na maternidade e que ele poderá visitá-los. É bem comum os filhos mais velhos apresentarem febre sem causa neste período pela ausência dos pais.
  4. Na maternidade, o receba com um abraço caloroso. Deixe-o pegar o irmãozinho no colo com a ajuda de um responsável. Interaja com os dois.
  5. Tenha empatia, promova momentos de compreensão em relação ao ciúme do mais velho. Frases como “imagino que você sinta falta da mamãe no momento”, “entendo esse sentimento, mas a mamãe está aqui e te ama do mesmo jeitinho”. Ações que amenizem o ciúme são fundamentais para a maturidade emocional do seu filho.
  6. Reserve sempre um tempo especial e único para o filho mais velho. Seja buscá-lo na escola, almoçar junto, alguma brincadeira ou passeio só entre vocês dois. Mesmo que seja pouco tempo, será essencial e valorizado por ele
  7. Não faça o seu filho de babá ou torne um filho responsável pelo outro. Eles são crianças e não devem ser tratados como adultos. No entanto, envolver o filho mais velho na rotina do recém-nascido pode ser benéfico no sentido de você separar duas roupinhas e pedir para ele escolher qual vestir no bebê, por exemplo. Ou chamá-lo para participar do banho, entregando a você o xampu, o sabonete e a toalha. Ele precisa ser incluído nessa nova rotina e se sentir valorizado por isso.
  8. Não obrigue seus filhos a dividirem os brinquedos. O que pertence a seu filho mais velho é dele, assim como os brinquedos do mais novo são do mais novo. Ensine que se ele optar por compartilhar, o irmãozinho também o fará. Será algo natural e um acordo entre irmãos.
  9. Não faça comparações entre os filhos e seja justo com eles. Seus filhos te observam. Se você coloca um de castigo e o outro não, porque é o mais novo, acaba transmitindo para as crianças um senso de injustiça e de amor desigual. Os pais precisam agir como pais, impondo limites e regras para as crianças conforme a idade de cada um, incentivando a admiração mútua e os pontos fortes entre eles.
  10. Caso a criança seja agressiva com o bebê, é importante explicar com firmeza que tal comportamento não será admitido. Seja tolerante, mas sem perder o controle da situação. Atue para que esse sentimento de insegurança com o irmão mais novo seja minimizado.
  11. Os momentos de regressão (como voltar a usar fraldas e mamadeiras) também expressam insegurança e alertam para a atenção dos pais. Evite mudanças bruscas na rotina, como mudanças de escola ou de quarto, desfralde ou tirá-lo de alguma atividade que ele curtia por conta da chegada do bebê, por exemplo.
  12. Reforce a importância da amizade entre irmãos.

 

Se a relação entre o irmão mais velho e o bebê que acabou de chegar for bem conduzida, a admiração, o amor e o respeito serão mútuos para o resto da vida.

 

 

  • Equipe de Pediatras Fleury Medicina e Saúde

    O Fleury Medicina e Saúde conta com uma equipe de pediatras nas unidades Fleury Kids, estruturadas especialmente para o atendimento diagnóstico ambulatorial pediátrico (0 a 12 anos) e criadas sob um conceito totalmente diferenciado para receber não só a criança que tem exames programados, mas também aquela que acabou de sair do pediatra com uma queixa aguda e que precisa de esclarecimento rápido, evitando assim ambientes hospitalares. Dentre eles, há pediatras especializados em imunização, endocrinologia, reumatologia, alergia, infectologia, entre outros para esclarecer as dúvidas das famílias em relação aos exames de seus filhos, oferecer suporte nos procedimentos, acompanhar os resultados e, em determinados casos, garantir a liberação dos laudos em um prazo reduzido, além de prestar consultoria ao pediatra da criança para que o médico solicitante consiga concluir o diagnóstico e tomar a decisão terapêutica de forma mais ágil e precisa.

Data da postagem: 19 de novembro de 2018

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