Como acabar com as brigas entre irmãos


Luciana Romano e Raquel Benazzi
por: Luciana Romano e Raquel Benazzi
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Você não precisa intervir em todas as brigas: deixe que eles se resolvam sozinhos às vezes (Foto: Freeimages)

Quando chega o segundo filho, logo de início, inevitavelmente, mesmo estando alegre pelo novo membro, o primogênito é invadido por preocupações e ansiedades. Mesmo sem se dar conta, o irmão mais velho tem medo de perder o amor dos pais e seu lugar na família. Tais vivências e sentimentos podem gerar diversos tipos de reações, e a mais comum é a rivalidade consciente e/ou inconsciente com o irmão mais novo.

Faz parte e, por sorte, vai melhorando aos poucos. Mesmo assim, as disputas podem continuar por um tempo… Em geral, muitas das brigas são porque os pequenos querem se certificar de que são mais amados e mais privilegiados em relação ao irmão, além da dificuldade em dividir. Outro motivo é por questões de personalidades diferentes que conflitam uma com a outra. Quem já teve irmão facilmente se recorda dessas situações familiares. O que fazer para a casa não virar uma “zona de guerra”, então?

A primeira questão é entendermos que os conflitos são inerentes a toda e qualquer tipo de relação. Conflito não é confronto. E por abrir as portas para o crescimento e para o desenvolvimento, faz-se necessário, aliás! Sendo assim, devemos encarar as brigas como uma forma de expressão e não como algo negativo em si. Durante a confusão, tente entender o que está por trás desse tipo de comportamento, ou seja, porque estão brigando. Sempre na base da conversa, ok? Ao mesmo tempo, explique que reagir com violência diante de um conflito não é a melhor maneira de resolvê-lo! No mais, estimule o respeito entre os irmãos e mostre, sempre que possível, que ambos são muito amados.

Também vale escutar o que eles têm a dizer. Isso mesmo. Pergunte se o que você está imaginando está correto, de modo a construir um diálogo aberto com eles. “Estou entendendo que você bateu em seu irmão mais novo porque ele pegou seu brinquedo sem pedir, é isso?”, “O que você acha que seu irmão sentiu ao levar um tapa seu?” ou “O que você conseguiu com isso?”, por exemplo, são questões que levam à reflexão. Outra dica é relacionar o castigo às consequências dos próprios atos, para que eles tenham algum sentido. Como assim? Faça o irmão que bateu “cuidar” do machucado do que apanhou, seja lavando-o, colocando uma pomada ou fazendo um carinho…

Como colocamos acima, o conflito pode ser um grande estimulador do desenvolvimento, por isso, não é toda discussão que você tem de conduzir. Há momentos em que as crianças irão apenas discutir e o melhor é deixar que elas mesmo se entendam, buscando sozinhas maneiras de enfrentar as dificuldades com as “armas” que têm.

Claro que toda casa tem regras e combinados, que devem ser criados em conjunto. Ou seja, todos podem participar da busca de soluções para resolver os conflitos, o que vai fazer com que se recordem e se comprometam com o que a família acha que é certo: ninguém pode pegar o brinquedo do outro sem permissão, é preciso dividir o controle remoto igualmente, bater no irmão está fora de cogitação e por aí vai…

Por último, observe a si própria. Você é uma pessoa que briga muito? Grita? Perde a paciência facilmente? Nem sempre é fácil, sabemos! Mas lembre-se de que seu filho funciona como um espelho, ou seja, reflete aquilo que é aprendido e vivido na dinâmica familiar. Por isso, educar uma criança é também um trabalho para nos reeducarmos. Se está difícil conversar sem gritar – tudo bem, você também é só ser humano, lembra? –, avise que você precisa de uns minutinhos para se acalmar. Mas lembre-se, irmãos brigam e isso não quer, necessariamente, dizer que eles não serão bons amigos no futuro. Além do estímulo da família, a maturidade também vai acabar com esse pé de guerra, fique tranquila.

  • Luciana Romano e Raquel Benazzi

    Psicólogas com formação em Psicologia Clínica e Hospitalar, são idealizadoras e sócias do Núcleo Corujas, espaço especializado em Gestantes e Mães

Data da postagem: 14 de fevereiro de 2017

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