Brinquedos eletrônicos podem prejudicar a comunicação de bebês, diz pesquisa


Rafaela Donini
por: Rafaela Donini
Mãe da Donatella empresária de moda infantil e diretora do Primi Stili

 

Os jogos eletrônicos podem influenciar o aprendizado da fala de maneira negativa (Foto: Freeimages)

Brinquedos que produzem luzes, sons e palavras foram associados a uma diminuição na qualidade e na quantidade da linguagem dos bebês quando comparados aos livros e aos tradicionais, como blocos de borracha e quebra-cabeças de madeira, de acordo com um estudo norte-americano realizado pela Universidade Northen Arizona, publicado no periódico JAMA Pediatrics no ano passado. Para chegar a essa conclusão, os cientistas avaliaram cerca de 26 pares de pais e de bebês com idades entre 10 e 18 meses. Enquanto mãe (minha filha Donatella está com 1 ano e 7 meses), fiquei impressionada com os resultados da pesquisa. Tablets, jogos de celular e computadores também entram na lista.

Recentemente, falei por aqui sobre a Geração Alpha, nascida no mesmo ano em que foi criado o iPad (2010). Uma geração de crianças que já entende o mundo também pela conexão da internet e pela tecnologia como um princípio da vida. No entanto, fiz uma ressalva e reforço: cabe a nós, pais, prestarmos atenção a essa nova realidade e encarar juntos o desafio de dosar o tempo que os pequenos passam conectados. Esse tipo de pesquisa, que começa a investigar os prós e contras de crianças em constante contato com essas mídias, vem para chamar a atenção a esse desafio.

Na visão da pesquisadora Anna Sosa, uma das autoras da pesquisa, a qual “assino embaixo”, não é recomendável incentivar o contato com eletrônicos quando o bebê ainda está desenvolvendo a linguagem. Isso porque, segundo Sosa, quando estão brincando com eletrônicos, as crianças vocalizam menos se comparado ao modo que elas verbalizam e interagem quando estão em contato com brinquedos tradicionais. Basta observar o seu pequeno “em ação”. Quando ele reage mais: com uma boneca, blocos ou um carrinho ou em frente ao videogame?

Outro fato interessante citado pela pesquisa é que, quando os pais estão lendo para os bebês, eles tendem a interpretar as vozes dos personagens, interagindo mais. Mas quando a brincadeira é com um boneco eletrônico, por exemplo, não há essa interação porque o boneco obviamente fala pelos pais. Interessante, não? Por isso, seguindo a recomendação dos melhores especialistas da área, o estudo também sugere que a gente invista tempo para ler livros e brincar com brinquedos tradicionais junto com as crianças.

Nem sempre é fácil, eu sei, especialmente depois de um dia cheio de trabalho. Mas enquanto mãe de uma menina da Geração Alpha, que como quase todo bebê adora celulares e brinquedos eletrônicos, procuro balancear as atividades da minha pequena com passeios, viagens e brincadeiras livres. Acredito que todo excesso pode ser prejudicial, e tenho certeza que você concorda comigo. Vamos ficar atentas!

  • Rafaela Donini

    Mãe da Donatella, dedica-se há mais de uma década ao mundo da moda como empresária, no marketing de coleções infantis. Dirige o portal Primi Stili, que tem curadoria de dicas e experiências contemporâneas para a infância

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