Brinque mais com seu filho!


Daniela Folloni
por: Daniela Folloni
Jornalista fundadora e diretora de conteúdo do Portal It Mãe

Para o adulto, o brincar pode ser um momento ímpar de descompressão e diversão em família. Vale lembrar de como você brincava quando criança, como era seu comportamento, do que era divertido brincar (foto: 123TRF)

De carona Semana Mundial do Brincar deste final de maio, nós aqui do It Mãe, queremos fazer um convite a você: brinque mais com seu filho! Para quem acha que não leva jeito, não tem tempo ou não sabe por onde começar, este post tem um monte de dicas.

Conversamos com Paulo Vinicius Souza, pós-graduado em educação lúdica. Ele tem 32 anos, é pai do Davi de 4 anos e casado com a Ane com quem empreende e dirige o Grupo Anima Brasil, empresa com 13 anos de atuação, especializada em serviços de recreação e animação sociocultural. “Por meio das brincadeiras fortalecemos o vínculo afetivo com os filhos. Esse vínculo é fundamental para aumentar a confiança e gerar intimidade”, diz.

Aqui, Paulo vai ajudar você a colocar mais brincadeira na vida do seu filho e a se conectar com ele da maneira mais divertida que existe. “Esta edição da Semana Mundial do Brincar trouxe como eixo temático “O Brincar de Corpo e Alma”. É um chamado sobre a importância de a criança estar inteira na brincadeira, na vivência e no desenvolvimento de seu ser e estar. Assim, trabalhar respeito, responsabilidade, individualidade, criatividade e ludicidade com o corpo”, explica Paulo Vinicius.

Bora brincar?

It Mãe: Quando os pais acha que não leva jeito pra brincar, o que fazer?

Paulo Vinicius: Esta é uma pergunta interessante para refletirmos, visto que nós adultos temos brincado cada vez menos. Costumo dizer que todos temos um “ser brincante” dentro de nós (somos um ser que também brinca), para alguns ele pode estar um pouco mais escondido e enferrujado, para outros mais presente, varia conforme quanto temos permitido que ele apareça. Algumas dicas para elevar o seu Ser Brincante e conectar-se com o outro Ser que Brinca:

  • Encontre momentos no seu dia-a-dia onde é possível adicionar a brincadeira. Uma simples ida ou retorno do colégio, banho, preparação de refeição ou momento de calma antes de dormir;
  • Procure formatar, orientar e conduzir menos, possibilite-se a criar um espaço onde a criança possa Ser, entenda mais ela e deixa ela te conduzir também;
  • Abaixe-se um pouco e fale com a criança olhando nos olhos, à mesma altura;
  • Perceba a importância do brincar no ambiente familiar, identifique hábitos ou momentos que possam ser substituídos, como diminuição de uso de smartphones, tablets e etc., substitua por momentos únicos de brincadeiras e parceria;

 

It Mãe: Existem jeitos certos de brincar? Ou tudo pode ser brincadeira? Afinal, o que é brincadeira?

Paulo Vinicius: Para a criança, o brincar acontece praticamente durante o tempo todo, mais precisamente quando ela está “livre para atuar”, sem a carga de tarefas, compromissos e deveres que por vezes deve cumprir. Pense num mundo cheio de cores, onde as proporções, os sentidos e os movimentos podem ser percebidos de maneira singular e diferente da racionalidade adulta, onde pode haver magia, fantasia e um incrível friozinho na barriga, é nesta linha… Claro, tudo isso pode variar de idade para idade e, além disso, cada “serzinho” (um ser igual a nós, apenas em menor tamanho) tem suas necessidades momentâneas de desenvolvimento e atuação.

Para o adulto, o brincar pode ser um momento ímpar de descompressão e diversão em família. Vale lembrar de como você brincava quando criança, como era seu comportamento, do que era divertido brincar, o que sentíamos, onde brincávamos, enfim, através das nossas memórias internas despertarmos o nosso Ser Brincante.

 

It Mãe: O que brincadeira entre pais e filhos proporciona?

Paulo Vinicius: A brincadeira em família tem um papel fundamental no fortalecimento das relações saudáveis. Os laços fortalecidos podem ser de intimidade, segurança, confiança, parceria, aumento de diálogo, aproximação, entendimento, diversão, dentre outros. Ela também assume importância na diminuição do brincar individualizado com a utilização de tecnologias ou como expectador televisivo.

 

It Mãe: Quais brincadeiras você sugere para pais e filhos se divertirem juntos?

Paulo Vinicius:  Minha primeira sugestão é uma troca simples, na qual cada um pode trazer o que gosta ou gostava de brincar, e proporem juntos a “programação” das brincadeiras. Este é um ótimo jeito de começar! Para crianças bem pequenas que ainda não conseguem verbalizar suas preferências, utilize a observação, identifique e desenvolva a brincadeira.

Outra questão relevante é que as brincadeiras podem acontecer e serem repetidas durante quantas vezes quiserem, enquanto ainda proporcionem diversão para quem está brincando.

Sugestões de brincadeiras:

  • Brincadeiras com elementos:
    • Com Água (durante o banho, banho de mangueira, “aventura pirata”, bexiga d’água, regar plantas, lavar o quintal, lavar a louça, barquinho de papel na canaleta);
    • Fogo (fazer uma fogueira, jantar de velas, queimar um papel, mandala pingando a cera de velas coloridas em uma bacia com água);
    • Terra (colocar os pés, mãos e corpo todo na terra, plantar, modelar argila, cavar, cobrir-se com terra ou areia, subir em árvore, desenhar na terra, criar brincadeiras com o que encontrar no chão ou no ambiente);
    • Ar (sentir o vento, assoprar as partes do corpo um do outro, pular corda, empinar pipa ou sacolinha, fazer um cata-vento, correr, brincar ao ar livre, de jogar para o alto e pegar, de lançar).
  • Mímica e Sons: Animais, formas geométricas, instrumentos, locais, etc.;
  • Ative o Corpo – Desafios corporais: com um pé só, saltar, na ponta dos pés, equilibrar-se, rolar, caminhar de diferentes formas, estrelinha, correr, pular, montar um circuito, etc.;
  • Repertório popular e tradicional: Pega pega, esconde esconde, pular corda, amarelinha, jogar pedrinhas ou cinco marias, cantigas e brincadeiras cantadas, brincadeiras de roda, brincadeiras de palmas, seu mestre mandou, carrinho de mão, morto ou vivo, estátua, pular elástico, passar anel, caça ao tesouro e confecção de brinquedos.

 

 

 

 

 

 

  • Daniela Folloni

    Jornalista, mãe de Isabela e Felipe, trabalhou nas revistas Vogue, Cosmopolitan e Claudia. Acredita que toda mãe merece sucesso, diversão, romance e oito horas de sono

Data da postagem: 29 de maio de 2018

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