5 coisas que vale a pena você fazer (sempre que possível) no lugar da babá
É preciso uma aldeia para criar um filho, diz o ditado africano. Mas, nos dias de hoje, onde até mesmo os avós têm a agenda corrida, a saída é contratar ajuda. Nesse cenário, as babás tornarem-se quase indispensáveis nos lares brasileiros de quem pode pagar pelo serviço. E elas estão dominando o espaço público também, basta dar uma olhada ao redor: na porta da escola, no clube, no restaurante. Mas qual a real necessidade da presença delas, além dos pais, em todos os lugares? Para a psicóloga Rita Callegari, do Hospital São Camilo, em São Paulo, a gente não precisa se sentir culpada por delegar os cuidados dos filhos. “No entanto, a babá (e demais cuidadores) deve ser responsável pela criança parte do dia, não em tempo integral”, afirma. O que muitas vezes pode acontecer quando ela mora com a família.
Os vínculos, na infância, são criados inicialmente por meio do contato físico – ou seja, colo, brincadeiras e, logicamente, cuidados. Sendo assim, é normal que o seu filho se apegue tanto a babá nessa fase, o que gera até um pouco de ciúme, vamos confessar. “Mas a babá é uma cuidadora e não uma mãe substituta”, ressalta a psicóloga e psicopedagoga Maria Carolina Signorelli, colunista do It Mãe. Ao terceirizar totalmente os cuidados da criança (o que é bem diferente de delegar), ela explica que toda a família sai perdendo. “Há tantos ‘pequenos-grandes’ momentos diários que os pais podem vivenciar com os filhos”, diz. Da ida à escola ao beijo de boa-noite, passando pelo bolo que fizeram (ou compraram) juntos, a simples interação no dia a dia vai construir memórias afetivas e valores para o resto da vida, de acordo com Maria Carolina. Com a ajuda das especialistas, criamos uma lista de cinco coisas que vale a pena você fazer, sempre que possível, no lugar da babá.
Levar à escola (ou buscar)
As agendas escolares, e-mails e até mesmo grupos de Whatsapp facilitaram a comunicação entre pais e educadores. Mas claro que não substituem a conversa olho no olho com o professor, nem com os outros pais dos colegas do filho. Pessoalmente, também fica mais fácil de observar o comportamento do filho no espaço mais importante de socialização infantil longe da família.
Comer juntos
Hoje em dia, especialmente nas grandes cidades, não é todo mundo que consegue fazer todas as refeições em casa. No entanto, vale a pena se esforçar para estar junto do seu filho nesse momento, pelo menos, uma vez por dia e, claro, aos finais de semana. Crianças que fazem refeições em família se alimentam melhor e têm o IMC mais saudável, diz uma pesquisa da Universidade Estadual de New Jersey (EUA). Além disso, essa convivência é válida para conhecer os hábitos alimentares do pequeno (e estar atento ao que pode ou deve melhorar) e, não menos importante, ensinar bons modos à mesa!
Assistir às aulas extra-curriculares
Nossos filhos precisam do apoio da gente para ter confiança e se lançar a novos desafios. Quem nunca ouviu “Olha o que eu sei fazer, mãe!”? Por isso, sempre que der, esteja presente para incentivar seu aspirante à nadador, judoca, bailarina…
Dar banho
O toque, como falamos, é fundamental para o desenvolvimento afetivo. Não é à toa que o consagrado método canguru – que consiste em colocar o recém-nascido, pele a pele, sob o peito da mãe – melhora as condições de saúde das crianças de UTI’s neonatais mundo afora. Por isso, a hora do banho vai além da higiene. Que tal, ainda, aproveitar a oportunidade para ensinar ao bebê sobre as partes do corpo (“agora vamos lavar a mãozinha”, etc.)? E aos maiores, mostrar como se faz a higiene? Daqui a pouco, eles já não vão mais precisar de ajuda, e você vai sentir saudade!
Colocar para dormir
O sono, por sua vez, representa um momento de fragilidade emocional para a criança. Isso porque, além de se separar dos pais nesse período, ela pode encará-lo com uma pequena morte. Mas é claro que a rotina na hora de dormir vai lhe deixando mais segura, afinal, já sabe o que esperar. E a nossa presença nesse ritual diário só traz benefícios. Uma pesquisa publicada na revista científica Pediatrics, da Academia Americana de Pediatria, mostrou que além dos conhecidos benefícios relacionados à linguagem, quando lemos histórias para os filhos favorecemos ainda o desenvolvimento cerebral deles. Isso sem falar que tem melhor maneira de terminar o dia do que com um “cheirinho” nas crias?