4 sinais de que a puberdade está chegando por aí!


Dra. Carla Bortoloto
por: Dra. Carla Bortoloto
Médica especializada em dermatologia clínica e cirúrgica

 A acne pode aparecer até mesmo antes da puberdade, a chamada pré-acne causada por alterações hormonais. Para tratar, tem adesivos como esse que nem sempre resolvem. O melhor mesmo é sabonete específico para pele acneica e nunca espremer 😉 (foto: It Mãe)

Para mães e pais os filhos sempre serão eternos bebês, mas a chegada da puberdade – da pré-adolescência e adolescência – é um momento que não passa “despercebido”.

 À medida que os hormônios sexuais (testosterona, progesterona e estrogênio) vão se tornando ativos, diversas mudanças tomam espaço em suas vidas, sobretudo físicas.

A seguir, falo sobre quatro mudanças que mostram que seu filho está crescendo:

1- Que pelos são esses? 

Um dos primeiros sinais da chegada à puberdade (juntamente com o desenvolvimento do broto mamário nas meninas e dos testículos, nos meninos) é o surgimento de pelos, primeiramente, nas axilas e região íntima e, pouco depois, no rosto, tronco, braços e pernas.

 Cuidados: Não existe uma idade para a menina iniciar a depilação, podendo-se começar no momento em que os pelos passarem a incomodar. Mas atenção ao método depilatório escolhido para que não agrida demais o folículo piloso e a pele, o que levaria às inflamações, lesões e manchas. Após a depilação, deve-se higienizar a pele com água e sabonete e aplicar hidratante, ambos com pH neutro para amenizar irritações. O uso de protetor solar também é recomendado para evitar manchas, sobretudo na face, que possui a pele mais fina.

Quando procurar tratamento: Caso haja um desequilíbrio hormonal – com aumento de hormônios masculinos – as meninas podem sofrer com o excesso de pelos (principalmente em regiões, como rosto, peito e costas), o chamado hirsutismo. Para estes casos, o tratamento pode englobar o uso de medicamentos e também a remoção dos pelos com terapia a laser.

 

2- Acne, espinhas… 

A acne é um problema que atinge 80% dos adolescentes, mas também é comum entre as crianças que ainda não chegaram à puberdade. Nas crianças, são chamadas lesões pré-acne que costumam surgir na face e nas costas, principalmente entre as meninas, devido às alterações hormonais pré-menstruais, que tendem a tornar a pele mais oleosa.

Cuidados: A higienização da pele é importantíssima para a prevenção e controle da acne. Para isso, deve-se utilizar sabonete específico para pele acneica (indicado pelo dermatologista). O rosto – e demais regiões afetadas pela acne – devem ser lavados de duas a três vezes ao dia. Não mais que isso, para que não ocorra o “efeito rebote”, quando a pele começa a produzir mais gordura para “compensar” a que foi retirada.

E nada de espremer cravos e espinhas! O ato pode comprometer ainda mais a saúde da pele, resultando em manchas, cicatrizes e contaminações (que levarão às novas acnes). Já as limpezas de pele devem ser realizadas apenas com a autorização do dermatologista.

Quando procurar tratamento: Ao surgirem as primeiras acnes, o ideal é procurar o dermatologista para tratar o quanto antes o problema, prevenindo assim o surgimento de manchas e cicatrizes. De acordo com o grau da acne – que pode ser desde não-inflamatório (quando predominam os cravos) até a acne inflamatória (quando há vermelhidão, formação de nódulos, pus e cicatrizes), o tratamento pode envolver o uso de medicamentos de uso tópico e oral e terapia a laser.

 

3- O cabelo tá diferente!

Com a elevação nos níveis dos hormônios estrogênio e testosterona, a fibra capilar também sofre transformações. Assim, o cabelo liso pode ficar mais ondulado ou cacheado e o cabelo crespo, apresentar um maior volume. A testosterona ainda faz com que as glândulas sebáceas fiquem mais estimuladas, aumentando a oleosidade dos fios. As mechas podem, ainda, escurecer um pouco com a chegada da puberdade.


Cuidados: Os cabelos devem ser higienizados em dias alternados, com xampu e condicionador específicos para o tipo de fio e água com temperatura em torno de 22 graus.  Na hora de usar o secador, utilize apenas o jato morno, a uma distância de 30 cm do couro cabeludo.  Mas seque bem as madeixas para que não haja a proliferação de fungos (eles gostam de ambientes úmidos!) e o couro cabeludo comece a produzir mais sebo (para se proteger).

Quando procurar tratamento: No caso da oleosidade dos fios, o dermatologista pode prescrever xampus específicos, além de medicamentos e suplementos que diminuem a atividade das glândulas sebáceas. A terapia a laser também pode ser utilizada

4- Que cheirinho é esse?        

Fundamental para manter a temperatura corpórea, o suor é produzido por dois tipos de glândulas sudoríparas: as écrinas (ativas durante toda a vida e espalhadas por todo o corpo) que produzem suor de água e sal, sem cheiro. E as apócrinas (presentes principalmente nas axilas, virilhas e área genital), que se tornam mais ativas durante a puberdade, quando os hormônios andrógenos ficam mais elevados, aumentando assim a transpiração (sudorese) e levando, em alguns casos, ao surgimento da hiperidrose (excesso de suor) e da bromidrose (suor com mau odor).

Além disso, a sudorese com bromidrose também pode estar relacionada à má higiene corporal, ao uso de alguns medicamentos e a ingestão de alimentos, como alho, cebola e pimenta.

Cuidados: Manter a higiene é fundamental para evitar o problema, bem como o usar desodorante específico (antitranspirante se o problema for apenas o excesso de suor, e bactericida se houver mau odor). Também é importante evitar o uso de roupas muito justas e de tecido sintético. Já a depilação das axilas e virilhas, ajuda a evaporar o suor.

 Quando procurar tratamento: O controle da hiperidrose (transpiração excessiva) e da bromidrose engloba medidas comportamentais e, em alguns casos, tratamentos com medicamentos ou até cirúrgicos.

 

 

  • Dra. Carla Bortoloto

    Médica especializada em Dermatologia clínica e cirúrgica, tricologista, professora da Pós-Graduação em Dermatologia das Faculdades BWS, Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia Clínico Cirúrgica (SBDCC) e da American Academy of Dermatology (AAD)

Data da postagem: 19 de novembro de 2018

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