Domésticas na era das Empreguetes

Pensamento do dia: todo mundo tem o sonho da ascensão social. Vide as Empreguetes (foto:reprodução)

Dia desses, encontrei com uma amiga que decidiu liberar a babá no período em que suas filhas vão para a escola. O que a babá vai fazer no tempo livre? Um curso de enfermagem. Em vez de aumento, essa minha amiga deu um benefício – a babá ganha o mesmo salário, mas trabalha menos horas e tem a chance de se especializar profissionalmente.

Aqui em casa, aconteceu algo parecido. Minha super empregada, pediu aumento. Sugeri a ela que ficasse com um dia livre para fazer faxina. Ela gostou da ideia e acabou conseguindo um trabalho freelancer no dia liberado e no sábado. Assim, ela vai aumentar a renda em mais de 50% – algo impossível de conseguir com um aumento de salário. Ela ficou feliz da vida. E eu? Também achei ótimo, porque ganhei uma funcionária feliz, motivada e que sentiu um progresso em sua vida. No dia em que ela não está, eu me viro – afinal, a gente já tem que ir treinando viver sem essa mão de obra cada vez mais escassa.

Essas duas histórias ilustram o momento em que as funcionárias domésticas estão vivendo. Elas querem mais chances de crescer. Querem se desenvolver. Querem mais qualidade de vida. Como qualquer trabalhador, em qualquer área. Cabe à nós, chefes, pensar em maneiras inteligentes (que sejam boas para todos) de proporcionar isso a elas. Vale, por exemplo, pensar em dar um plano de saúde em vez de aumento, como Taluana Adjuto já disse por aqui. Assim, talvez, elas terão menos motivos para pensar em trocar o trabalho doméstico por um emprego num salão de cabeleireiros, numa loja… ou até mesmo pelos palcos!  Vide Empreguetes, na novela Cheia de Charme. Claro que se o sonho da babá ou da arrumadeira for mudar de profissão, ninguém vai segurar. Mas se ela só quiser um trabalho com mais perspectivas, pode funcionar muito bem. Todo mundo precisa de chances de crescer. Acredito nisso e faço a minha parte. Tem dado certo aqui em casa. bjs

Dani Folloni